Chris Rock estrela um reboot da franquia de Jogos Mortais que tenta levar a série de filmes adiante, ainda assim, fica preso nas mesmas velhas armadilhas.
A franquia de Jogos Mortais ao longo dos anos e com seus diversos filmes, foi perdendo foco seja por problemas de roteiro ou pela mesmice que trazia em seus filmes. Os últimos lançamentos foram bem criticados e quase esquecíveis pelos fãs da franquia.
AVISO: CONTÉM SPOILERS DO NOVO FILME ESPIRAL – O LEGADO DE JOGOS MORTAIS
A boa notícia sobre Espiral – O Legado de Jogos Mortais — o nono filmes da franquia de terror e o segundo reboot — é que você realmente não precisa ter vistos os outros oito filmes anteriores para saber o que está acontecendo. Não há personagens recorrentes, e até mesmo o super-vilão da série Jigsaw (que voltou de novo e de novo da aparente morte na forma de Tobin Bell) só aparece como uma foto.
A má notícia é que Espiral quase vai longe demais na outra direção: não é particularmente assustador, é extremamente simplista ao ponto da repetição, e devido à sua estrutura repetitiva, o espectador é capaz de descobrir muito rapidamente quem está por trás da série de assassinatos que estão sendo feitos no estilo de Jigsaw. Bem quase como Jigsaw, já que as vítimas desta vez são exclusivamente detetives à paisana.
Para os fãs da série, há os assassinatos necessários de “armadilha de tortura” em que cada vítima recebe os meios para escolher se vive ou morre — embora todos eles acabem morrendo de qualquer maneira, é claro. As armadilhas são adequadamente macabras e horríveis, e o gore abundante, embora nos encontramos imaginando, e não pela primeira vez enquanto assistimos a um filme de Jogos Mortais, como o assassino encontra tempo e recursos para construir esses elaborados e mortais quebra-cabeças. O diretor Darren Lynn Bousman, retornando à série pela primeira vez após dirigir Jogos Mortais II, III, e IV, também mantém a consistência visual.
Apesar de serem cenas bem elaboradas, com boa dosagem de “dor” visual, faltou mais, 3 armadilhas? como assim? você se pergunta ao terminar o filme, e nenhuma delas são tão fortemente cruéis como dos primeiros filmes que assistimos, ok, é outro filme, um reboot mas mesmo assim, a franquia fez seu nome justamente baseado nisso, as armadilhas, o sofrimento, as escolhas e a crueldade com que as pessoas colocadas lá sofriam.
O filme começa com um detetive chamado Boswick (Dan Petronijevic), que é morto em uma desagradável armadilha de metrô. Nos túneis, Bos é obrigado a arrancar sua própria língua enquanto um trem aparece. Seu amigo, Det. Zeke Banks (Chris Rock) assume a liderança no caso e logo fica claro que o assassino está utilizando os métodos do Jigsaw para atacar os policiais sujos. Banks também tem sua própria bagagem. Ele não apenas é filho de um estimado chefe de polícia, agora aposentado (Samuel L. Jackson), mas Zeke se tornou um policial malvado há 12 anos e foi condenado ao ostracismo por seus colegas desde então.
Atrelado a um novo parceiro recém-saído da academia (Max Minghella) e pressionado pelo atual chefe (Marisol Nichols), e advertido por seu pai das graves consequências caso o assassino seja de fato um imitador do Jigsaw, Zeke começa a receber mensagens gravadas e lembranças medonhas no correio do assassino – cimentando ainda mais o fato de que um novo acólito de Jigsaw está à solta e que este psicopata está emitindo um julgamento moral sobre toda a força policial.
Espiral não apenas traz a série de volta às suas raízes misteriosas de algumas maneiras – mesmo que seja relativamente fácil de resolver – mas molda sua história na forma de um procedimento policial. Mas, uma vez que o filme mostra sua pegada relativamente cedo, não há nenhum movimento real para a frente na narrativa. E embora o fato de o assassino ter como alvo policiais corruptos seja uma tentativa de relevância, é tratado de uma maneira tão pesada que o filme corre o risco de ser arrogante a esse respeito.
Chris Rock permanece uma presença carismática na tela, mas está mal equipado para lidar com os aspectos mais sombrios e assombrados de seu personagem. Ele parece inseguro sobre o quão seriamente deve levar sua atuação, e muitas vezes recorre a um estoque imediato de gracejos – alguns dos quais dão ao filme respiros momentâneos de humor, enquanto outros apenas oscilam desajeitadamente na cena. Samuel L. Jackson está no filme apenas por um punhado de cenas, adicionando seu molho especial sempre que aparece, mas também claramente lá para receber um pagamento rápido.
Em modo geral Espiral pode agradar pessoas que curtem um filme de terror sem muita pretensão, principalmente quem não assistiu aos demais filmes da franquia, mas é um filme que não te deixa animado, eufórico, com vontade de descobrir ou de terminar de ver e falar ” Nossa, a sequencia deste filme vai ser muito bom”. É um filme morno pra se assistir sem esperar muito.
Um filme para se assistir sem muita pretensão, pode agradar alguns e desagradar outros.
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